Estou a precisar de outro fim-de-semana

Levanto-me às 6h45 para puder tomar o meu duche descansada, visto-me nas calmas e preparo o pequeno almoço do R., um biberão com leite e papa, que ele sorve por uma tetina com um buraco, onde cabe o seu dedo indicador.

O H. acorda às 7h30, visto-o no meio de brincadeiras e muitos beijinhos, quero calçá-lo, mas não encontro os ténis…Procuro feito louca e não encontro, telefono ao Pai em desespero de causa: "Vê na gaveta-de-baixo-do-móvel-da-sala, ontem o R. estava a brincar com eles e acho que o vi a pô-los lá!". Estavam lá! Ténis, na gaveta do móvel?! Porque é que ele viu e não os voltou a arrumar?! $%&//?»#!!! Calço-o e experimento dar-lhe um biberão de leite de pacote, bebeu para meu espanto!

Deixo-o pronto na cadeirinha de comer, entretido com um brinquedo e vou acordar o R. Acordo-o, visto-o, descemos e ao pegar no H. para sair, cheira-me a fralda suja. Volto atrás para trocar a fralda e reparo que tenho de lhe trocar a roupa…As toalhitas estão no outro quarto, peço ao Rodrigo para ir buscar o cesto das fraldas, aparece com o cesto e observa-me meio assustado…Estou stressada e com vontade de chorar e ele percebe…Saímos atrasadíssimos.

Chegamos ao colégio, chove a potes e eu percebo que me esqueci dos calções e toca de natação do R. 2ª feira é o dia da natação. Tenho sempre tudo preparado de véspera e isto nunca me acontece, mas hoje não era o meu dia...Deixo-os e volto a casa, pego nos calções e na toca e regresso ao colégio. Chove a potes e está uma fila enorme para entrar no colégio, venho da esquerda e a senhora que está à direita resolve colar-se ao carro da frente, para não me deixar entrar, deixo-a "ganhar a bicicleta" e estaciono no exterior. Apetece-me deitar-lhe a língua de fora quando chego à porta do colégio e a vejo ainda a tentar estacionar, mas controlei-me!

Entro na sala e o R. está no meio de dois amiguinhos e parecem divertidos. Despeço-me e no meio dos beijinhos, digo-lhe "Obrigada amor, por ajudares a mãe!". Ele fica orgulhoso e a educadora diz-lhe: "Estás a ficar um menino muito crescido R.".

Chego ao trabalho super-atrasada e com a consciência pesada…Não me saia da cabeça a imagem do meu pequenino, com aquela carinha meio assustada e com o cesto das fraldas na mão…

Algumas coisas na minha vida já mudaram, mas ainda existem outras que tenho de mudar…