Ontem, também foi dia de reunião com a Educadora, que quis falar connosco, de forma a intensificarmos o trabalho casa-colégio. O Rodrigo é o mais novo de uma sala de 23 crianças, todas nascidas em 2002. O facto é que o Rodrigo é do finalzinho do ano e por outro lado existem meninos do mesmo ano mas de Janeiro o que quer dizer que têm quase um ano de diferença. Com o aproximar da pré-escola a Educadora quer assegurar que ele está perfeitamente integrado e no mesmo patamar do restante grupo. Até aqui tudo bem. Gostei da atitude e da preocupação dela e percebi que a intenção foi a melhor e claro, vamos colaborar.
Mas, por outro lado, desagradou-me o facto de ela referir que acha que começa a existir algum distanciamento dele em relação ao grupo. Pedi que ela me especificasse em que sentido é que nota este distanciamento. Disse-me que para além de ele ser mais introvertido e calado, também ainda não reconhece e distingue todas as cores…Expliquei-lhe que ele em casa fala bastante e verbaliza um raciocínio até bastante elaborado. Que o facto de ele não reconhecer, ainda, todas as cores não me preocupava apesar de que, claro, vamos incentivar e estimular mais nesta e em outras áreas. Qualquer das formas, eu entrei para a primária com 6 anos, e do que me lembro reconhecia poucas cores, sabia uma letra ou outra e nunca tinha estado num colégio, o que não me impediu de terminar a licenciatura com 21 anos.
Quanto à maneira de ser, mais introvertida, do Rodrigo eu também era assim em criança e não me parece necessariamente um handicap.
O Rodrigo nunca foi um tagarela, mas não noto que esteja aquém, das crianças da sua idade ao nível da linguagem, pelo contrário. Notei um grande "salto" na linguagem desde que o irmão nasceu. Connosco e com quem tem mais confiança fala muito e bem, mas no meio de um grupo e com pessoas com quem tem pouco contacto, prefere observar e ouvir e eu também era assim, a partir dos 16-17 anos mudei e bastante para desespero de algumas pessoas! :D
Apesar de ter sido dos primeiros da sala a deixar as fraldas e a chucha, em outros aspectos, noto que ele é muito imaturo, muito bebezão, muito miminho e nisso tenho de concordar com a educadora, seria importante ele ter mais autonomia em determinados aspectos. Está na altura de deixar de ser bebé e passar e rapazinho. Mas não vou impor, nem chocar, vai ser gradual ao ritmo dele.
Perguntei à educadora se ele entraria necessariamente no mesmo ano, do que os colegas, para a primária, uma vez que nessa altura ainda terá 5 anos. Disse que se continuar no colégio, essa será uma decisão a tomar em conjunto pais-colégio, no estado dificilmente entra com 5 anos. O facto é que nós preferimos que ele entre com 5 anos, mas temos tempo logo decidimos.
Falei com a Pediatra sobre este assunto. A opinião da Pediatra é que é um exagero e contraproducente o que se exige hoje em dias às crianças. "Ele ainda não distingue todas as cores e depois?... Com 4 anos ele devia era andar a fazer buraquinhos na terra, a arranhar os joelhos e a torcer o rabo aos gatos!"
A verdade é que com 4 anos ele tem aulas de Inglês, informática, música, natação, ginástica e karaté…Gosta e sinto-o feliz, mas talvez fosse mais da forma que a Pediatra sugere.